top of page

 

TOXICOCINÉTICA

 

ABSORÇÃO:

A estricnina é rapidamente absorvida no trato gastrointestinal, trato respiratório e pelas mucosas (Gilman et al. 1985). Os sintomas iniciam-se em média cinco minutos após a administração intravenosa ou intranasal e após quinze minutos após a ingestão oral (ver Sintomas). Os espasmos musculares e convulsões decorrentes dos efeitos tóxicos normalmente desaparecem 12 a 24 horas após a administração (Warning et al. 2007).

 

 

DISTRIBUIÇÃO:

Cinética: ordem 1      (Ellenhorn et al. 1997)

t½ (tempo de semi-vida): 10h-16h      (Ellenhorn et al. 1997)

VD (volume de distribuição aparente): 13 L/Kg       (Ellenhorn et al. 1997)

DL50: 30-60 mg/Kg      (Lewis 2004)

 

A estricnina liga-se fracamente às proteínas e, por conseguinte, a sua distribuição para os tecidos ocorre rapidamente. A sua deteção na urina é possível poucos minutos após a ingestão (Haddad and J.F.Winchester 1983)

 

 

METABOLIZAÇÃO:

Esta substância é principalmente metabolizada a nível hepático. Este alcaloide mostrou ser um potente indutor das isoenzimas do citocromo P450 2B1 e 2B2, sugerindo que estas enzimas têm um papel fundamental no processo destoxificação (Warning et al. 2007).

Foram identificados cinco metabolitos formados em fígado de coelho in vitro. Três foram identificados por espetrofotometria de UV (Ultra-Violeta), RMN (Ressonância Magnética Nuclear) e espetrometria de massa como 2-hidroxiestricnina, 21α,22α-dihidroxi-22-hidroestricnina e N-óxido de estricnina. Os dois metabolitos restantes foram identificados como 12,22-epóxido e 11,12-desidroestricnina. A indução da atividade de N-oxidação é maior, tornando o N-óxido de estricnina o principal metabolito (Tanimoto et al. 1991). A estricnina também possui capacidade indutora das famílias de enzimas glutationa-S-transferase (GST) e UDP-glucuronosil transferase (UDPGT) (Warning et al. 2007).

 

 

ELIMINAÇÃO:

A capacidade de conjugação da estricnina com a GST e UDPGT aumenta a solubilidade desta substância e facilita a sua excreção (Warning et al. 2007). A estricnina é excretada lentamente pelo rim, sendo uma pequena percentagem (10%-20%) eliminada na urina inalterada (Thienes and Haley 1972).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS:

Gilman AG, Goodman LS, Gilman A (1985) Goodman and Gilman's The Pharmacological Basis of Therapeutics, 7th edn. Macmillan Publishing Co., Inc, New York.

 

Warning RH, Steventon GB, Mitchel SC (2007) Strychnine Molecules of Death. 2nd edn. Imperial College Press, London, p 367-384.

 

Ellenhorn MJ, Schonwald S, Ordog G, Wasserberger J (1997) Ellenhorn's Medical Toxicology: Diagnosis and Treatment of Human Poisoning, 2nd edn. Williams and Wilkins, Baltimore.

 

Lewis RJS (2004) Sax's Dangerous Properties of Industrial Materials, 11 edn. Willey & Sons, Inc, Hoboken, New Jersey.

 

Haddad LM, J.F.Winchester (1983) Clinical Management of Poisoning and Drug Overdosage. W.B. Saunders Co, Philadelphia.

 

Tanimoto Y, Kaneko H, Ohkuma T, Oguri K, Yoshimura H (1991) Site-selective oxidation of strychnine by phenobarbital inducible cytochrome P-450. J Pharmacobiodyn 14(3):161-169.

 

Thienes C, Haley TJ (1972) Clinical Toxicology, 5th edn. Lea and Febiger, Philadelphia.

Metabolismo da estricnina

Trabalho realizado no âmbito da discilplina de Toxicologia Mecanística no ano lectivo 2014/2015 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP).

Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião (remiao@ff.up.pt) do Laboratório de Toxicologia da FFUP.

bottom of page