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CURIOSIDADES

 

  • A prática da adição da estricnina a drogas como a heroína, a cocaína ou o LSD é abordada numa das canções mais enigmáticas do rock português. Na canção “Chico Fininho” do álbum “Ar de Rock” de Rui Veloso, o cantor refere que “a vida só tem um problema, o ácido com muita estricnina” (Veloso and Tê 1980).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Há diversos casos de homicídios com recurso a envenenamento por estricnina, havendo até serial killers que recorriam várias vezes a este método. O mais conhecido é o Dr. Thomas Neill Cream, um médico Escocês que assassinou várias prostitutas. A estricnina era administrada em cápsulas moles que supostamente seriam utilizadas para o tratamento do acne. As suas últimas palavras antes de ser preso foram "I am Jack, the Ripper".  (Warning et al. 2007).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Um dos maiores envenenamentos em massa causado por estricnina ocorreu em Portugal, mais precisamente no concelho de Belmonte, no ano de 1976. Nesta altura a população local utilizava a estricnina para matar os lobos selvagens, pois estes representavam um perigo constante para o gado doméstico (Warning et al. 2007). No entanto ao querer atingir o lobo, 21 pessoas morreram após consumo involuntário de iscos destinados aos lobos. Para além disso extinguiram-se várias espécies nesta região, nomeadamente o javali, a raposa, o grifo e a águia-real. O lobo acabou por ser também extinto em várias regiões do país (Álvares 2003). Ironicamente hoje é uma das espécies mais protegidas em Portugal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Pierre Joseph Pelietier (1788-1842) and Jean Bienaime Caventou (1795-1887), os cientistas que isolaram a estricnina pela primeira vez são também responsáveis pelo isolamento de outros alcalóides, nomeadamente a cafeína e a quinina. São considerados os fundadores da química dos alcalóides (Haas 1994).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS:

Veloso R, Tê C (1980) Chico Fininho Ar de Rock.

 

Warning RH, Steventon GB, Mitchel SC (2007) Strychnine Molecules of Death. 2nd edn. Imperial College Press, London, p 367-384.

 

Álvares F (2003) O envenenamento ilegal e a agonia da fauna selvagem portuguesa Tribuna da Natureza. vol 14. FAPAS.

 

Haas LF (1994) Pierre Joseph Pelletier (1788-1842) and Jean Bienaime Caventou (1795-1887). Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry 57(11):1333.

 

Dr. Thomas Neill Cream

Lobo envenenado com estricnina

Estátua em homenagem a Pelietier e Caventou em honra à descoberta da quinina, localizada em Paris

Trabalho realizado no âmbito da discilplina de Toxicologia Mecanística no ano lectivo 2014/2015 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP).

Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião (remiao@ff.up.pt) do Laboratório de Toxicologia da FFUP.

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